"De um certo ponto de vista, design é totalmente inútil. Trabalhos úteis são o de um astrônomo, biólogo ou aqueles que fazem diferença na vida de muita gente. Design por design, não é nada. Tentei dar a meus produtos um senso de energia. Mas, mesmo quando dava o melhor de mim, senti que era pouco. Criei um monte de coisas sem verdadeiramente me interessar. Talvez todos esses anos tenham sido necessários para que me desse conta de que no fundo não precisamos de nada. Possuímos demais. Fui um produtor de materialidade. Daqui para frente, quero ser um fabricante de conceitos. Será uma nova forma de expressão, nova arma, mais rápida, mais violenta que o design.
Passei 25 anos aplicando um conceito na época revolucionário, o do design democrático. Isso quer dizer: dar as melhores formas ao maior número de pessoas, aumentando a qualidade e baixando preços. Mas, se há 25 anos era legal falar da qualidade de uma cadeira, hoje há outras urgências. Vou usar meu savoir-faire para ser mais subversivo, ligado à política e desenvolver conceitos como o da ecologia democrática."
Philippe Starck, designer, nasceu em 1949 em Paris. Trecho da entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo em julho de 2008.
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