Há um consenso geral: cada ser humano tem a sua própria sensibilidade, as suas inquietudes, num torvelinho de dúvidas existenciais e profunda necessidade de conhecer e ser reconhecido. Dentro de tal contexto, o ato de escrever corresponde sempre à busca de interlocutores que não se têm na realidade, o desejo de falar e ser ouvido, a necessidade de compartilhar idéias e pontos de vista, narrar a percepção dos movimentos do mundo, publicar técnicas e ideologias, verbalizar a fé ou as descrenças, os afetos e as frustrações.
Ora, o senso comum nos aponta uma realidade entristecedora: o homem contemporâneo está cada vez mais só, mais isolado, desconectado de seu próximo, num paradoxal encontro com a solidão, sem que seja essa a sua verdadeira escolha, pois sua natureza é gregária. Assim, quisera estar sempre articulado com os outros. Ante tal impossibilidade, busca alternativas: frequenta um analista para ouvi-lo, dialoga com o trabalho compulsivo, refugia-se nos encontros virtuais, paga o cachê do acompanhante profissional ou então, alguns - que são cada vez mais numerosos - recorrem às folhas em branco, aos “ouvidos” do papel: A4, A5, carta, executivo, legal, caderno antigo, documento em branco do Word... Qualquer coisa serve. E escrevem. E mais: ao escrever, se escrevem. Em meio ao turbilhão de sentimentos e pensamentos transformados em palavras, frases e parágrafos, ou versos e estrofes, surgem confissões em forma de crônicas, contos, romances, poemas, ensaios, biografias. Enfim, nasce a matéria-prima de um livro.
Voltemos, assim, à segunda indagação da questão inicial: por que publicar um livro? Ora, bem sabemos que o universo editorial publica muito mais obras que a capacidade do mercado mundial tem de absorver tais produtos culturais; que aos países pobres, ou em desenvolvimento, a inclusão cultural não é ainda uma realidade tangível e que grande parte das pessoas não cultiva o importantíssimo hábito de ler. Então, por que publicar livros?
Por algumas simples e definitivas razões. Na frase de Bernard Shaw, muito citada por Clarice Lispector, "A vida é muito curta pra ser pequena", a essência do que nos atemoriza. Quase todos tememos a fugacidade da vida. Afinal, como lidar com o que não conhecemos, em nossas tantas limitações? E buscamos refúgio na idéia de imortalidade, de permanência por meio de coisas palpáveis. Então, “fazemos e criamos filhos, plantamos árvores e escrevemos livros”. Assim, fazer o registro da nossa vida pequena e efêmera, antes que essa se acabe, nos garante a perpetuidade.
Por todas estas razões e muitas outras mais que ficam implícitas nesta dialética, as pessoas necessitam escrever e publicar seus sonhos, suas confissões e suas necessidades intrínsecas. E o livro, cofre de palavras e idéias, está sempre ao alcance dos olhos, das mãos e das mentes humanas, cumprindo sua função permanente de diálogo universal entre os homens.
Assessoria Editorial e Design Gráfico
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